Boomerangs cardíacos

Ontem senti uma apreensão-irritante-irracional de raiva misturada com aborrecimento.
Lembrei-me do desejo intenso de há um ano atrás, na altura tão cheia de nada, de querer muito ficar só por mim... ainda em caos emotivo... sonhos corroídos e adulterados... fantasias imensas de liberdade... curiosidade sobre a solidão, a primeira vez na minha vida...

Ainda é dificil. Há alturas em que me sinto perdida. Depois passa. Mas volta o desconforto. Sereno durante mais tempo e penso que terminou. E volta a tristeza. Passa e eu fico esperançada e aliviada: passou finalmente!

Mas ela volta... volta sempre!

Eu tento desviar o coração! Contudo, já me apanhou. E vem com tamanha força que eu caio, perplexa. Fico em baixo a tentar apanhar mil e uma migalhas de mim. Levanto-me com ajuda de sorrisos. Mas já não me sinto tão segura e tenho medo de voltar a tombar. Por isso fico quieta...

Quero ter a certeza que um dia vou atirar-me com a convicção que não me vou espatifar, não vou estragar a alma e estilhaçar o coração.

Espero conseguir perceber, aceitar, integrar que o que fiz, fez sentido e que me reciclei enquanto pessoa no egoponto...

Tentar ser uma pessoa melhor ou, pelo menos, mais arejada e consciente de si... fazer-me bem a mim mesma sem remorsos... porque (vêm aí o momento de publicidade) ...

Eu mereço!

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Se eu não gostar de mim, quem gostará?