Manual de Amor

Posso dizer que este filme foi o que mais me surpreendeu nos últimos tempos - BRILHANTE!!!!

*****

Manual de Amor

De Giovanni Veronesi, com Silvio Umccino, Margherita Buy, Sergio Rubini, Luciana Littizzetto, Carlo Verdone, Jasmine Trinca.

Comédia, Itália, 2005
Êxito de bilheteira em Espanha e Itália, Manual de Amor expõe, em quatro histórias distintas, as fases emocionais que marcam as relações amorosas: paixão, crise, traição e abandono.

Delírios em Centros Comerciais!

Comprei uns calções de ganga um bocadinho acima do joelho.

São imensamente adolescentes e devem ser usados por graciosas fêmeas com pernocas bem torneadas, de preferência esqueléticas... fuck!!!! o que tinha eu em mente???

Oh, visão turva, oh, alucinação visual demente!

Fiquei excitada por encontrar uns calções de ganga simples, sem aberrações, sem pirosices, sem a cintura tão descaída que se vê o que deve ser segredo, iupiiiiiii!!!!! Estava louca!

Lindos! À vista não pareciam enormes e humilhantes e resolvi experimentá-los como auto-desafio às minhas coxas.

O racional murmurava que estava a ser parva, o desassossego emocional dirigiu-me para os gabinetes de prova em frémito.

Entrei, olhei para o espelho e medi a temperatuta. Aparentemente não tinha febre, embora pudesse estar a sofrer de algo ainda em incubação...

Os calções eram tão giros!

...

Nesta altura o meu pobre substituto de coração batia descompassado. Nem ele sabia o que fazer. Estava inquieto...

...

Eu podia ter desistido, largado os calções-maravilha e desaparecer a correr, fugindo da senilidade precoce. No entanto, ouvia levemente uma voz que sussurrava: "experimenta e servirá!"

Comecei a ouvir a música dos "Miseráveis" no momento do rebelião final.

Estremeci e adormeci e desmaiei.

...

Acordei e tinha em mim uns calções belos e singelos.

Sorri, tinha lágrimas nos olhos e mil e uma borboletas, bolas de sabão, confettis, serpentinas e pombas da paz circundavam o meu corpo, naquele mini cubículo claustrofóbico.

- !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!, exclamei.

...

Foi um momento mágico!

...

Falam do primeiro beijo, do casamento, dos filhos... mas...

...

Oh, soberbo prazer este de ter uns calções de ganga!

Apetecia-me algo...

Apetecia-me estar com mais energia (mas é natural que esteja cansada, depois de ontem ter estado de cama, quase a morrer...)

Apetecia-me que o meu palácio já estivesse aspirado, reluzente, arrumado!

Apetecia-me ainda que o meu palácio fosse maior e tivesse tantos quartos que eu até me podia perder lá dentro e ser apenas descoberta, já esqueleto, daí a 77 anos...

Apetecia-me ter ganho o euromilhões ontem e estar a escrever esta merda sem saber que já era milionária e na segunda-feira despedir-me graciosamente da fábrica...

Apetecia-me que os pombos não cagassem a roupa que ponho na corda (desculpem a utilização nojenta do termo "pombo").

Apetecia-me dormir uma soneca e, como por magia, acordar com coxas firmes e esbeltas, daquelas à patinadora artística!

Apetecia-me ter mais episódios do Lost para ver, já que acabei de ver o 8º da 3ª série e ressaco, inquieta...

Apetecia-me que a minha família e amigos fossem todos muito e sempre estupidamente felizes para nunca mais me preocupar com ninguém.

Apetecia-me ter mais coragem.

Apetecia-me ir de férias para a praia e adormecer ao sol até morrer de frémito dengoso e indolente...

Apetecia-me ir ver as Entranhas e rir-me!

Apetecia-me voltar ao Teatro!

Apetecia-me escrever e escrever e escrever e escrever e mais do que escrever, levar a sério a escrita...

Apetecia-me que o gelly-já ainda fosse mais rápido de preparar!

Apetecia-me que o meu ex-marido fosse tão rápido como o gelly-já actual.

Apetecia-me uma net mais veloz!

Apetecia-me começar a correr para todo o lado, para aproveitar mais 7 minutos de cada coisa que estivesse a fazer.

Apetecia-me que ninguém sofresse por minha causa, pelas minhas decisões mais egoistas.

Apetecia-me acabar de ler o livro que estou a ler para ascender à felicidade com um racional teórico subjacente.

Apetecia-me um banho de espuma daqueles que transformam a pele em suspiro.

Apetecia-me ser outra que não eu.

Apetecia-me aceitar-me incondicionalmente!

Bom fim-de-semana!

Referendo

Despenalização do aborto até idade indefinida!

Há pessoas tão totós que conspurcam desgraçadamente o planeta.

Não seria interessante que todos os sujeitinhos deste mundo tivessem de provar, de x em x tempos, que eram um contributo válido para a Humanidade?

Ok, com objectivos bem definidos e indicadores para se poder realizar uma avaliação rigorosa.

Mas o parecer final podia muito bem ser:

- Lamentamos, mas é mesmo um/a inútil e obriga-nos a abortá-lo. Tente uma próxima Encarnação!

E a eternidade ali tão perto... tão assustadoramente perto...

... e não foi um mito urbano...

Qual foi o local mais original onde...

... publicaram um post?

Não vale dizer no elevador!!!

Mais um objectivo para 2007 (é este o ano, não é?)

Desenvolver os músculos porque... sinceramente... ai deus, é u é???

Shakespeare!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! (santinho!)

... aqui fica uma citação:

"Não há nada bom nem mau: é o pensamento que faz as coisas serem uma ou outra coisa"

As pequeninas coisas que fazem uma vida ser uma vida

Afinal até tenho vida própria...

Não tenho objectivos traçados, mas já percebi que não é assim tão importante ter tudo planeado...

Tenho sentido e tentado não pensar (apesar de para mim ser um exercício muito complicado).

Nos últimos tempos, utilizei uma estratégia ditada pelo meu irmão: ocupar o tempo para não pensar e reservar apenas uns períodos anuais para a reflexão. Como tenho de adaptar para mim todos os conselhos, decidi dedicar-me aos pensamentos circulares ou elípticos somente em espaço próprio, no setting adequado.

Assim, como dizia, nos últimos tempos vivo pequeninos prazeres ingénuos a...

Ir a uma festa onde só conheço uma amiga e dançar até às quinhentas, sacar informação importantíssima sobre o maravilhoso mundo dos 40's (daqui a 7 anos vou ser feliz!), conversar com amigas e descobrir novos artefactos (ui!) potencialmente deliciosos, bebericar chás, experimentar comidas estranhas, conhecer novas pessoas, não ter medo de arriscar o Carnaval dos bombeiros de Loures (o outro lado do véu, possivelmente), comer tostas com gelado ao pequeno-almoço (carências), apanhar sol, essa energia miraculosa, ter um molho de revistas fúteis para devorar e mais 6 episódios do Lost a saltarem no computador e mesmo assim, estar a sentir aquele prazer guloso de esperar mais um pouquinho até absorver fanaticamente tudo de uma vez.

Enfim... ocupar o tempo até é bom! Assim não penso naquele assunto que me atormenta, no outro que me deixa perdida, ainda no que me perturba a estética, e nos outros que nascem só por respirar!

:)

Sobre tudo e sobre nada

Afinal o simplex não resulta logo. Porque tentar ignorar a nossa complexidade torna-nos ainda mais incongruentes. Por isso o simplex tem de ser usado com precaução e em doses progressivas. Aos poucos, com calminha, lentamente, para não causar danos, não afligir, não assustar.

Achava que o simplex ia acalmar a minha busca pelo sentido da vida, mas esta procura não sossegou e dou por mim, aqui, no palácio, a pensar sobre o que podia ser a minha vida, o que desejo, o que quero... enfim, a bullshit do costume...

É mesmo cansativo ser eu. O que vale é que os meus amigos ainda não se aperceberam, completa e totalmente, que sou mais um caso neurótico sem solução, um conjunto de células hiper-controladoras que deram origem a uma pseudo-pessoa...

Que gaita!

Podia ser tudo tão simples!!!

Simplex

... é simples. Resolvi descomplexificar a minha vida. A partir de agora vou ser banal e singela! Não vou pensar muito e vou procurar ser mais instintiva/ guiar-me pelo 6º sentido...

Não vou procurar momentos felizes, vou fazê-los acontecer!

... porque... porque não?

:)

Notícia de última hora: Simplex entra na vida de Anne Marie!

Lisboa acordou hoje com esta bombástica informação!

Os mass media em peso deslocaram-se imediatamente ao palácio desta personagem que, por não lhe apetecer, simplesmente não prestou qualquer tipo de declaração à imprensa.

Provavelmente irá fazer um comunicado mais tarde, em data indefinida cronologicamente.

Só falará quando o desejar...

Aguardemos, então!!!

Fedra, um café e boa conversa! Viva o Teatro!

Tenho saudades da emoção!

Tenho saudades das pessoas aparte, daquelas figurinhas! :)

Tenho saudades dos delírios conjuntos!

Tenho saudades do palco!

Tenho saudades dos momentos que antecedem a entrada em cena!

Tenho saudades de experimentar outros papéis diferentes de mim!

Tenho saudades dos bastidores em silêncio forçado!

Tenho saudades de ensaios até às quinhentas, dos sonos trocados!

Tenho saudades de mil e um pormenores partilhados, jamais esquecidos!

Tenho saudades da dedicação, da entrega, daquela energia fantástica!

Ui... foi mesmo bom!!!!

E esta boa onda nostálgica surgiu depois de ver a peça (não sei porquê mal amada, porque eu, singelamente, gostei!) "Fedra", no Teatro Maria Matos e de um excelente café conversado!

Fedra
Jean Racine, autoria; Vasco Graça Moura, tradução; Ana Tamen, encenação; Adelina Oliveira, Alexandre Sousa, Beatriz Batarda, Cândido Ferreira, Cristina Bizarro, Kjersti Kaasa, Pedro Carmo e Sara Carinhas, interpretação.

Até 18 de Fevereiro -Qua a Sáb: 21h30 Dom: 17h
Jean Racine é o autor escolhido pelo Teatro Maria Matos para o arranque da sua temporada. A peça Fedra, na recente tradução de Vasco Graça Moura, é encenada por Ana Tamen que confessa o seu fascínio pela “dimensão desmesurada e mortal que a paixão atinge” na tragédia. Escrita por Racine (1639-1699), a partir do texto clássico de Eurípedes, a peça conta o mito de Fedra, mulher de Teseu e rainha de Atenas que se apaixona pelo seu enteado Hipólito. Esse amor proibido, incestuoso, do qual Fedra sente uma enorme culpa, despoleta, quando revelado, uma série de acontecimentos trágicos que culminam no suicídio da rainha.

Procuram-se filmes para fazer chorar as pedras da calçada!

Estou a redefinir-me enquanto pessoa, acho que é isso...

Ando a armazenar uma grande quantidade de lágrimas (talvez seja a causa da minha retenção de líquidos nas pernocas), por isso vou entrar em processo-drenante-emocional recorrendo à choradeira fácil estimulada por filmes melosos.

Eu choro estupidamente com "As flores de aço", especialmente quando a Sally Field saltita no cemitério a gritar ranhosamente que ama a filha and so one. Eu acompanho-a. Há um click inter-planetário que me faz ficar tão desesperada que os meus órgãos internos estremecem e choro, incontinente.

Depois vem a tranquilidade.

Que filmes vos provocam isto? Vou tirar o fim-de-semana de licença catártica e preciso de mais material deste calibre para voltar à estupidez natural interrompida e continuar a fazer pela vida (que linda expressão!)

Help me, please!

Só me sinto só...

E isso passa, eu sei.
Mas enquanto não passa...
Sinto-me só só... that's it.

Sinto-me só.

É só isso...

Merde!

Estou cheia de alergia... não sei bem como aconteceu esta gaita...

Fui há pouco comprar um anti-histamínico e agora vou ficar a ver televisão, devorar filmes até adormecer.

Lá se vai um café-conversa e uma festa de anos. Mais um sábado no sofá vermelho...

:(

Abrir portas...

... e deixar entrar ar fresco, ideias novas, desafios, lutar contra a apatia, derrotar o medo, activar-me...

(processo em processo e a começar muito bem!... o único apontamento menos positivo foi ter ido trabalhar para o campo e chegar a Lisboa cheia de alergia...)

Preciso de ganhar muito dinheiro!

Como é que se faz?